vencedor da primeira edição do Ídolos
em 2003
Nove anos e três álbuns depois, o vencedor da primeira edição do Ídolos vai emigrar para o Brasil.
A televisão não está no topo de preferências de Nuno Norte, nem para ver
nem para ser visto. “A minha vida não é televisão, eu sou músico. Não
preciso de aparecer na TV para fazer música”.
Depois de ter participado
no Ídolos, em 2003, foi gradualmente deixando de ver o
programa. Acredita que estes formatos televisivos “são como os filmes do
Rambo. O primeiro é o melhor, depois acabam por se tornar mais do
mesmo”.
Para Nuno Norte, a participação no programa foi uma “porta aberta para
novos projectos”. Contudo, o vencedor da primeira edição portuguesa faz
questão de destacar que “tudo não passa de um programa de televisão”.
Para ele, é clara a ténue linha entre fama e sucesso: “o Ídolos é um caminho rápido para chegar à fama, não ao sucesso.”
Com o desenvolvimento de projectos próprios, Nuno Norte sente que, aos
poucos, o seu nome se vai emancipando dessas três palavras. Mas não
esquece as oportunidades que lhe proporcionaram: “se eu não tivesse
ganho o Ídolos provavelmente nunca seria convidado para a Filarmónica Gil”.
A receita que Nuno Norte pôs em prática, também a passa aos outros:
trabalhar, trabalhar mais e trabalhar sempre melhor. “Não é suposto
vencer o Ídolos e ficar à sombra da bananeira à espera do
sucesso. Há que mostrar logo trabalho”. O disco que gravou como prémio
do concurso demorou quase um ano e meio a sair. “Foi tarde de mais,
acabou por não ter muita repercussão. Além do mais, só tinha quatro
originais meus e algumas covers que cantei em galas e me
pediram para incluir.” Actualmente, tem três discos lançados e está a
finalizar outro “num estilo mais pop e reggae, com espírito de Verão”.
Com vontade de viver com sol, praia e música 365 dias por ano, Nuno
Norte prepara-se para “seguir o conselho de Passos Coelho e emigrar”.
Casado com uma brasileira, o seu destino ideal só podia ser um. “Vou cá
deixar o álbum e, depois do Verão, vou para o Brasil”. Na mala leva a
vontade de por lá fazer ouvir a sua música, abrir um bar na praia onde
possa actuar e percorrer o país em digressão. O primeiro ídolo de
Portugal promete ainda levar bilhete de volta: “Quero continuar a
trabalhar em Portugal.”
vencedor da 2ª edição do Ídolos
em 2004
“Depois de ganhar o concurso, jurei a mim mesmo que ia mostrar às
pessoas que valeu a pena acreditarem em mim”, afirma Sérgio Lucas. O
resultado imediato dessa promessa foi o lançamento de um LP com dois
originais seus.
O álbum Até ao Fim sairia cerca de dois anos mais tarde. A produção esteve a cargo de Luís Jardim, um dos jurados do Ídolos. “Ele desempenhou um papel muito importante no início, até porque assim estava estipulado no contrato”, sublinha.
Não
obstante ter um disco editado e toda a notoriedade que envolve um
vencedor do Ídolos, Sérgio Lucas tinha os pés bem assentes no
chão. “Juntei originais meus e covers e percorri bares,
discotecas e festas locais sozinho, porque na altura não ganhava para
pagar a músicos”. Do programa de televisão, Sérgio Lucas trouxe a
garantia de gravar um álbum. Depois disso, estava por sua conta. “Temos
tudo quando estamos no Ídolos e depois, quando saímos, voltamos à estaca zero. Começamos ao contrário”, refere.
“O importante é que as rádios gostem das músicas, ter um tema numa telenovela ou entrar num top” afirma o cantor. Do primeiro álbum de Sérgio Lucas, os singles Qual a cor e Amantes Fugitivos
integraram a banda sonora de telenovelas da SIC. Já a relação com as
rádios não se revelou tão positiva e ficou-se pelas emissoras regionais.
“Nunca consegui pôr a minha música em rádios com a RFM ou a Comercial,
mas fiz alguns jingles ”. Entre 2008 e 2009, Sérgio Lucas gravou spots e separadores para a Rádio Comercial, sob a direcção de Pedro Ribeiro.O facto de ter vencido o Ídolos não
livrou Sérgio Lucas de passar pelos procedimentos comuns de quem se
quer afirmar no meio artístico: “Tudo o que consegui fiz sozinho, desde
ir a castings a bater às portas de editoras e rádios para mostrar o meu trabalho. Preciso de quem me ponha a trabalhar”.
Sérgio Lucas conta já com diversos musicais no currículo como Camaleão Virtual Rock (onde participou antes do Ídolos) ou Sexta-Feira 13, encenado por António Feio. Pela mão de Filipe La Féria foi Snowboy em West Side Story e Simão Zelotes em Jesus Cristo Superstar.“Cada vez que ganhava algum dinheiro com os musicais ia para estúdio e gravava temas novos”, revela. O seu segundo álbum, Vícios (2010), é o resultado desse investimento.
Se lhe perguntarem por fama, Sérgio Lucas responde com outra pergunta:
“O que é ser-se famoso?” O cantor acredita em trabalho e assume que a
fama não é o seu objetivo final. “Tudo é tão passageiro, nunca me
deslumbrei, nem durante nem depois do Ídolos”, revela o cantor para quem “a fama tem que ser uma consequência do nosso trabalho”.
Actualmente, Sérgio Lucas está em tournée e prepara um novo
disco, cujo lançamento “depende de quanto tempo demorar a juntar o
dinheiro para o editar”. Durante o Verão, as suas músicas novas vão
fazer-se ouvir pelo país fora. Certo é o final de cada um dos seus
concertos. A música Sou um puto é uma espécie de hino que
Sérgio Lucas usa para resumir a sua postura, tanto pessoal como
profissional. “Enquanto formos putos continuamos a sonhar e acreditar
que o amanhã será sempre melhor”, afirma.
Ainda que tenha voltado à
carpintaria, Sérgio Lucas não pretende desistir.
vencedor da 3ª edição do Ídolos
em 2009
Depois de vencer a terceira edição do Ídolos, Filipe Pinto precisou de deixar a poeira assentar. Feito o curso na escola de música em Londres, regressou a Portugal com alguns temas compostos e prepara-se para lançar o primeiro álbum.
Ideias não lhe faltam: abriu uma empresa que junta música e natureza e até tem planos para criar cogumelos e caracóis.
Hoje, sente que está em dívida para com os que acreditaram nele e que tem “o dever de dar sentido ao que foi feito no Ídolos”. Para isso, tirou o máximo proveito do prémio do programa. Pela primeira vez na história do Ídolos,
o vencedor recebia um curso de seis meses na London Music School.
Filipe Pinto aplicou-se e foi considerado o melhor aluno da turma, na
vertente de voz. Terminado o curso, sentiu que a cidade tinha mais para lhe dar. “Seis
meses é muito pouco tempo. Senti que devia ir para outra escola para ter
uma base de comparação”, afirma. Já por sua conta, escolheu a Morley
College, onde passou mais três meses a consolidar conhecimentos.
Passaram dois anos e altura certa parece ter chegado. O EP foi lançado em Maio, o single Insónia já se faz ouvir nas rádios e tem chegado a alguns tops.
No final do Verão chega o disco, com músicas exclusivamente em
português, cantadas com aquela que Filipe Pinto considera ser a sua
verdadeira voz. “No Ídolos as minhas influências surgiam muito à
flor da pele e, por vezes, tentava adaptar a voz a um registo que não
era bem o meu. O disco é o outro lado de Filipe Pinto”, refere o
próprio. Um projecto que, ao contrário do que tinha acontecido com os
vencedores anteriores, não teve participação, financiamento ou
influência de nenhum elemento ligado ao programa.
No caso de Filipe Pinto, o Ídolos está para a música, como o
curso de Engenharia Florestal está para a natureza, ambos foram uma
forma de concretizar uma paixão que ele não sabia como agarrar. “Este
ano abri uma empresa relacionada com a música e o ambiente. Chama-se
Filipe Pinto - Raízes do Som e pretende conciliar esses dois mundos que
me apaixonam”. A ideia é simples: assistir a um concerto de Filipe Pinto
e, no final, partir à descoberta do meio natural envolvente. As
actividades ao ar livre podem incluir percursos pedestres,
reconhecimento de cogumelos e aulas de apicultura. As possibilidades não
se esgotam aqui, o que Filipe Pinto pretende “é sensibilizar para o
ambiente por intermédio da música”, tarefa que também pode passar por
parcerias com empresas para desenvolver acções de solidariedade social
ou projectos com crianças.
“A música é um canal através do qual eu sinto
que posso e devo transmitir aquilo em que acredito e com que me
preocupo”, afirma.
vencedora da 4ª edição do Ídolos
em 2010
A vencedora da quarta edição do Ídolos está desejosa de se ver livre desse título. Divide-se entre a preparação do primeiro álbum e concertos pelo país, mas ai de quem lhe peça para cantar as músicas do programa. Sandra Pereira quer afirmar a sua identidade e internacionalizar-se. Ideias para um nome artístico procuram-se.
“No Ídolos aprendi a calar-me. Às vezes apetecia-me dizer
certas coisas, mas era preciso estar ali bem comportada e guardar o
‘monstrinho’ cá dentro”, afirma. Vendo com a devida atenção as imagens
do primeiro encontro com o júri, descobrem-se os momentos de conflito
entre a cantora e o “monstrinho” da impulsividade. É vê-la morder a
língua, literalmente. “O Ídolos não é uma escola de música, é uma escola
de controlar emoções, ímpetos e génio”, conclui.
Música, aprendeu realmente na capital inglesa, longe do formato
televisivo, mas graças a ele – o curso foi o prémio por ter vencido o
programa. Mudou-se para Londres e, durante seis meses, foi aluna da
London Music School. “Lá não somos os vencedores de nada”, afirma a
cantora. Na escola, foi bem recebida por professores e colegas que, ao
ouvi-la cantar pela primeira vez, pediram bis. Por outro lado, a relação
com a cidade foi-se deteriorando.
“O clima e a agitação de Londres só
foram bons no início. Depois, comecei a não gostar e tive momentos
complicados em que estava sozinha e ficava muito em baixo”. Isto fez com
que as viagens entre Portugal e Inglaterra se intensificassem, chegando
mesmo a acontecer a cada duas semanas. Ainda assim, Sandra Pereira
aconselha qualquer pessoa a visitar a capital inglesa porque “tudo o que
se passa no mundo passa por lá”.
“Por vezes, a ideia de estar ligada ao Ídolos incomoda-me. Quero que as
pessoas se lembrem que participei num concurso da mesma maneira que
recordam outras coisas que fiz. Mas já me disseram que agora não gostam
de mim porque não canto o que cantava no concurso. Acho isso muito
injusto”, afirma.
A vontade de singrar na música é muita e Sandra Pereira reconhece que
tem que fazer tudo para conquistar os mercados nacionais e estrangeiros.
“Imagine-se alguém que, numa loja, pega num disco e na capa está
escrito Sandra Pereira. É um nome feio, ninguém vai comprar aquilo. Ou
então compra a achar que é pimba”, afirma entre risos.
A solução?
“Arranjar um nome artístico, afinal o Freddie Mercury também não se
chamava assim”. A cantora ainda não sabe com que nome vai assinar,
mas certo é que em nenhum autógrafo se vai ler: Um beijinho da Sandra do
Ídolos.
resumo de uma série de entrevistas @ público
vencedor da 5ª edição do Ídolos
em 2012
Diogo Piçarra gravará um disco pela Universal, vai frequentar um curso de música em Londres e recebeu um carro Opel Corsa Go.
Logo no final, o vencedor confessava que não estava nada à espera de ganhar. “Estou de boca aberta! Ainda não caí na realidade e não sei bem o que dizer. Não estava nada à espera de chegar a esta fase, quanto mais de ser o vencedor, mas tentei mostrar o meu estilo, a minha personalidade e acho que foi isso que me ajudou a chegar até aqui. Num dia estava a ver a final do "Ídolos" e no outro estou eu a ganhar!”, desabafa Diogo.
Para ele, não foi só a sua boa voz e estilo que o levaram ao pódio... “Tive a sorte de as pessoas gostarem de mim. Daqui em diante vou ser o mesmo Diogo e espero que os que me apoiaram até aqui me continuem a seguir."
E ao Diogo e à Mariana e ao João Santos e...Crónica de Carlos Moreira no PtJornal
Acabou mais uma edição do programa caça talentos musicais ídolos. Diogo Piçarra foi o vencedor por entre milhares de candidatos de todo país, mas ao contrário do que seria de esperar, agora é que vão começar os problemas! Se não vejamos, ao longo de duas dezenas de anos de concursos televisivos com o objectivo de encontrar a voz de Portugal e ao fim de dezenas de talentos descobertos, poucos foram os que vingaram na música nacional em nome próprio.
O mercado português é muito pequeno, não há sítios para tocar, não há pessoas a investir nos músicos portugueses, não há inclusivé compositores a compor para os intérpretes. Por exemplo na vizinha Espanha aquando da primeira edição da operação trinfo, foram vários os cantores que ficaram na ribalta.
Cada um no seu estilo o mercado espanhol ganhou uns quantos artistas novos, alguns deles que ainda hoje têm muito sucesso como é o caso de David Bisbal ou Alex Ubago. Pelo contrário no nosso país quase todos os vencedores de concursos acabam esquecidos ou com papeis secundários. Sandra Pereira por exemplo, a vencedora anterior do concursos Ídolos! Nunca mais se ouviu falar dela.
Provavelmente o melhor produto saído destes formatos televisivos tenha mesmo sido o primeiro. Sara Tavares, vencedora da primeira edição da chuva de estrelas, quando tinha apenas 16 anos, emitando Whitney Houston. No ano seguinte participou no festival da canção vencendo novamente.
Sara Tavares foi ao longo dos anos mudando a sua música para as suas raízes. Longe vão os tempos de “Chamar a música”, agora Sara Tavares faz o que vulgarmente é chamado de World Music e fá-lo muito bem, recebendo boas críticas dos seus álbuns. Não é tão mediática como quando apareceu no programa de televisão, mas a sua carreira é assim muito mais alicercada do que se andasse atrás do sucesso comercial.
Mais recentemente e noutro registo totalmente diferente, tivemos Filipe Pinto, que ganhou os Ídolos há um par de anos. Neste caso ainda não podemos aferir sobre o sua carreira, porque acaba de lançar agora o seu primeiro álbum, contudo há que reconhecer a integridade de um artista que com a facilidade de gravar um disco pouco tempo depois do final do concurso. À semelhança do que fez Sara Tavares, preferiu apostar na formação musical e só depois avançar para o álbum que compõs e escreveu na totalidade. A ver vamos o que sucede ao Filipe.
1 bitaite(s):
Tenho que defender um pouco a Sandra, já que, quem questiona "onde anda a Sandra?", anda um pouco distraído. A Sandra gravou um tema no álbum do Laurent Filipe, foi a voz, por duas vezes, do "peso pesado" da Sic, fez vários concertos (e alguns em que participou não é para qualquer um/uma), esteve em Londres na escola de música, e querem o quê? Os álbuns não aparecem num abrir e fechar de olhos! O Filipe Pinto(de quem não gosto, por sinal) tem um ano de avanço e só agora é que começa a ouvir-se na rádio. Eu confio na sandra e acho que está aí para as curvas!
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