A PIDE foi criada a 22 de outubro de 1945 em substituição da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado, sendo considerada como um organismo autónomo da Polícia Judiciária e apresentada como seguindo o modelo da Scotland Yard, mas foi de facto o prolongamento da PVDE, criada com a consultoria dos fascistas italianos e da Gestapo alemã e continuaria, sob o nome de DGS, depois de 1969 e até à Revolução dos Cravos, de 25 de Abril de 1974.
Neste dia, os agentes da DGS foram os únicos que reagiram abrindo fogo e provocando vítimas mortais entre os civis. A PIDE desempenharia tanto funções administrativas como funções de repressão e de prevenção criminal.
ficha de inscrição de Cavaco Silva na PIDE
A ficha da PIDE que está nos arquivos da Torre do Tombo revela um Cavaco Silva integrado no regime, sem actividade política e afastado da segunda mulher do sogro. Tudo aconteceu em 1967, tinha o Presidente da República 28 anos.
A ficha divulgada pela revista «Sábado» e preenchida pela mão do actual presidente da república, serve para confirmar a idoneidade de Cavaco Silva. Quando instado a declarar a sua posição e actividades políticas, o jovem Aníbal escreve que está integrado no actual regime político e que não exerce qualquer actividade política.
No contexto das suas funções no setor da segurança do Estado, destaca-se a importância da atividade da PIDE na neutralização da oposição ao Estado Novo.
A PIDE exercia actividade em todo o território português no sentido
de evitar dissidências nas organizações civis e militares, usando meios e
métodos baseados nas técnicas alemãs aplicadas na Gestapo, é considerada por muitos historiadores uma das polícias mais eficientes
de sempre. Justificava as suas actividades com o combate ao internacionalismo proletário e comunismo internacional.
A PIDE era temida pela utilização da tortura e foi responsável por
alguns crimes sangrentos, como o assassinato do General Humberto Delgado.
Este último foi atraído para uma emboscada, só possível pela introdução
de informadores nas organizações que o general liderava ou na sua teia
mais íntima de relações pessoais, ultrapassando mesmo as fronteiras
nacionais (não só o crime foi cometido em território espanhol como os
informadores se encontravam instalados no Brasil, na França e na Itália).
Durante a Guerra do Ultramar,
a PIDE, até aí virtualmente ausente dos territórios africanos, assumiu
nos três teatros de operações a função de serviço de informações e -
constituindo, enquadrando e dirigindo milícias próprias, os Flechas,
compostas por africanos, por vezes desertores das guerrilhas -
colaborou com as forças militares no terreno. Neste âmbito, poderá a sua
acção ter também ultrapassado as fronteiras; com efeito, são-lhe
atribuídas responsabilidades, quer no atentado que vitimou o dirigente
da FRELIMO Eduardo Mondlane, quer na manipulação dos descontentes do PAIGC que, num "golpe de Estado" dentro do partido, assassinaram o dirigente independentista Amílcar Cabral.
Por decreto-lei de 1969, o Governo presidido por Marcello Caetano substituiu a PIDE pela Direcção-Geral de Segurança (DGS), que, por sua vez, foi extinta na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974.
2 bitaite(s):
Pois é....a ficha do meu pai é em tudo semelhante!!!!
Excelente trabalho!!!
Betboo
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