A velejadora luso-brasileira Carolina Borges viu esta terça-feira cancelada a sua acreditação nos Jogos Olímpicos Londres2012 e será alvo de um processo de averiguações após ter comunicado que, por razões pessoais e médicas, não iniciava a competição da classe RS:X.
"Estamos aqui, temos uma equipa médica, uma Chefia de
Missão e os atletas podem evocar motivos para não participar, mas isso
terá de ter com nosso conhecimento prévio e uma decisão em conjunto.
Decisões individuais desse tipo não aceitamos", afirmou no Chefe da
Missão portuguesa, Mário Santos.
O responsável revelou que, esta terça-feira manhã, recebeu um e-mail de Carolina Borges em que "a atleta, telegraficamente, invocou razões pessoais e médicas" para não participar, mas sem qualquer fundamentação. Depois disso, a velejadora, que devia iniciar hoje a competição manteve-se incontactável.
weymouth |
"A primeira atitude, em salvaguarda da disciplina e das regras que temos impostas e da dignidade da representação nacional, é cancelar a inscrição da atleta. Agora será aberto um processo de averiguações, a fim de saber quais são os motivos e os fundamentos para a decisão", explicou Mário Santos.
Carolina Souza Borges-Mendelblatt, de 32 anos, esteve nos Jogos de Atenas2004 em representação do Brasil, seu país de nascimento, e faria em Weymouth, palco das competições de vela, a sua estreia olímpica por Portugal, que não apresentava uma velejadora em prancha desde a presença de Catarina Fagundes em Atlanta1996.
"Tentei
contactar com ela pessoalmente e via telefone e perante esta atitude e
independentemente daquelas que sejam as razões, entendemos que este não é
o procedimento correcto. (...) Tentei insistentemente e por todos os
meios à nossa disposição, inclusivamente através do chefe adjunto em
Weymouth [Rui Reis], mas não foi possível", acrescentou.
Mário
Santos indicou que a atleta, casada com o velejador norte-americano
Mark Mendelblatt, adversário de Afonso Domingos em Star, não está
instalada na Aldeia Olímpica de Weymouth, mas sim num hotel, que
informou que a atleta saiu hoje de manhã e não tinha regressado.
O contacto com o marido também não foi possível, uma vez que estava a competir.
O contacto com o marido também não foi possível, uma vez que estava a competir.
Questionado
sobre as consequências que a situação poderá ter para a atleta,
nomeadamente a possibilidade de restituição das verbas de preparação
olímpica, Mário Santos remeteu para as conclusões do processo.
Finalmente hoje, 4ª feira, a velejadora explicou a ausência.
Carolina Borges, esclareceu que resolveu não participar por
estar grávida. A velejadora luso-brasileira garantiu ainda que esteve
sempre contactável e nunca saiu da aldeia olímpica.
A atleta disse também que terá informado por e-mail o dirigente português do
motivo que levou ao seu abandono – estar grávida de três meses.
«Têm dito que a Carolina está incontactável, mas o meu telefone não toca»,
atirou, em declarações à agência Lusa. A atleta, de 32 anos, assegurou
ainda que, na altura das notícias que davam conta do seu
desaparecimento, se encontraria na aldeia olímpica.
Citada pela
edição online da revista Visão, a velejadora explicou: «Eu acordei de
manhã, vi que a previsão de vento estava forte, com ondas fortes, e
escolhi por motivo médico, pessoal, responsável, não competir, por
alguns motivos, como não ter apoio na água».
À RTP, Carolina
Borges queixou-se ainda de nunca ter recebido as verbas de apoio à alta
competição e por não ter tido direito a ser acompanhada por um treinador
próprio.
@ sol
A esta altura fica o meu mau feitio a "ruminar" umas coisinhas...
Deviam ter explicado à senhora que "falta de apoios" é normal no nosso país, infelizmente, mas é normal.
E também que as verbas (todas) tardam muito a chegar às mãos de quem quer que seja.
E mais pergunto: só descobriu em Londres que estava grávida? Compreendo que não tenha participado na competição mas... não devia ter pensado nisso antes? Ainda antes de viajar para Inglaterra devia ter pensado que tipo de riscos estava ou não disposta a correr e a agir de acordo com isso!
É que enfim, isto não é bem uma excursão; sempre são os Jogos Olímpicos. E nós andamos todos fartinhos de pagar viagens, não precisamos de bónus deste género.
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