quarta-feira, 8 de agosto de 2012

tudo sobre a aldeia olímpica

Mas afinal, o que é a aldeia olímpica? 

Na descrição dada pela organização dos Jogos, trata-se de um espaço destinado a alojar à volta de 17 mil atletas e situado a escassos metros dos complexos desportivos onde se disputarão as várias modalidades da competição. Para que nada falte, lá estão restaurantes, lojas, espaços de lazer.

Nesta descrição falta, porém, os outrora rumores que o livro O Segredo Olímpico transformou em certezas. A obra foi escrita por um antigo atleta olímpico, que manteve o seu anonimato, e conta as mais variadas aventuras e histórias que se terão passado no interior das aldeias construídas em outras edições dos Jogos. Histórias que em nada abonam à reputação da aldeia, pelo menos, para quem pense só em desporto.

O jornal australiano WA Today foi um dos vários diários que contou algumas das linhas escritas no livro. E, de facto, começa por lembrar algo que a organização dos Jogos já não escondem: em Londres, serão fornecidos cerca de 100 mil preservativos na aldeia. Em Pequim, há quatro anos, foram 70 mil, em Atenas, foram, em média, 13 por cada atleta.

No tal livro, a principal ideia é clara: colocar tantas pessoas jovens, no mesmo espaço, e com muito tempo livre, só poderia acabar em tentação. O tempo livre justifica-se pois muitas vezes os atletas só competem uma vez por dia, ficando as restantes horas entregues aos hobbies e distracções. 

sala de refeições da aldeia olímpica
Aqui surgem as festas até altas horas da madrugada, o sexo e as bebedeiras.
Nas aldeias olímpicas, há sempre uma discoteca destinada ao divertimento dos atletas. Um jornalista do WA Today escreveu até que um atleta olímpico que esteve em Pequim, há quatro anos, lhe contou que uma vez, ao levantar-se às 6 horas, viu vários nadadores a voltarem para os seus quartos, vindos de uma qualquer festa.

Talvez por isso se compreenda que a selecção brasileira de futebol não tenha ficado hospedada na aldeia olímpica, mas sim num hotel de Londres. Na voz do seu seleccionador, Mano Menezes, a decisão percebe-se: «Há demasiadas tentações ali», frisou, citado pelo The Guardian.

@ sol

Brasileira é a reportagem em vídeo onde se pode ver um pouco mais da aldeia olímpica, tal como foi apresentada a vários convidados e jornalistas, antes da chegada dos atletas.

Também o repórter do jornal The Guardian fez uma "visita guiada" durante a apresentação da aldeia:

A sala de refeições funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana e tem 5000 lugares sentados. A cozinha está preparada para satisfazer os paladares de todo o mundo com áreas de serviço distintas para a culinária de várias zonas tal como Índia, cozinha africana, caribenha ou europeia.

Como se constrói um complexo desta natureza?
Para além de 67 blocos de apartamentos a Aldeia tem lojas, restaurantes, equipamentos de lazer e um centro médico.
Acomoda 16000 atletas e comitivas durante os Jogos Olímpicos e 7000 durante os Jogos Paralímpicos.

Depois dos Jogos converter-se-á num novo quarteirão residencial, o East Village, com apartamentos desde T1 até T4 e mesmo T5. Serão 2818 novas casas sendo 1379 de rendas económicas e as restantes para aluguer normal e mesmo para venda, O complexo vai assim transformar-se num legado duradouro e essencial para o parque habitacional de Londres.

O East Village vai incluir a Chobham Academy, um campus educacional para 1800 alunos dos 4 aos 19 anos e também para educação de adultos, a inaugurar em Setembro de 2013.
O novo Centro de Saúde, que presta cuidados aos atletas durante os Jogos, terá o mesmo propósito para os futuros habitantes bem como para as comunidades já existentes no local.

timelapse da construção


Tudo perfeito, certo? Excepto a opinião de quem é, efectivamente, indispensável para esta Aldeia Olímpica.

Dez pessoas por quarto e um chuveiro para cada 75 trabalhadores, é apenas um par de condições que foram oferecidas aos funcionários da limpeza dos Jogos Olímpicos. Tudo enquanto viveram em contentores, onde chega a entrar água da chuva. A chover começaram as queixas de muitos estrangeiros que se candidataram a um trabalho, originalmente destinado a londrinos.

As fotografias aéreas reveladas pelo Daily Mail mostram em parte as condições com que se depararam os funcionários, encarregues de assegurarem a limpeza das instalações da aldeia olímpica, em Londres.

Dezenas de contentores, típicos de um qualquer porto europeu, alinhados e destinados ao alojamento das centenas de pessoas que se candidataram a um trabalho nos Jogos Olímpicos. O espaço está localizado perto do estádio olímpico que foi erigido para os Jogos. As condições com que ali se vive, porém, são retratadas negativamente pelo discurso de quem lá vive.

O tablóide inglês falou com vários funcionários, cujas queixas desenharam o cenário: um espaço «horrível», com chuveiros e retretes «sujas», onde os rácios de um chuveiro para cada 75 pessoas e uma retrete, em média, para cada 25, ajudam a que, por exemplo, um trabalhador húngaro diga mesmo que «tudo se compara a uma favela».

O relato de alguns trabalhadores revelou que, durante as primeiras duas semanas que passaram em Londres, não havia trabalho, mas ainda assim todos tinham que contribuir para o pagamento dos serviços de limpeza dos contentores onde pernoitam. No total, são cerca de 700 euros por mês, valor que deve ser dividido por todos.

Perante as críticas dos trabalhadores, a Spotless International Services, empresa encarregue de gerir o espaço, defendeu-se através de Craig Lovett, o seu porta-voz.
«Isto não é uma prisão, ninguém é forçado a ficar aqui. Muitos dos nossos funcionários vieram de regiões onde há grandes taxas de desemprego e estão muito contentes por estarem a trabalhar nos Jogos Olímpicos», explicou.

 @ sol

E com esta resposta fica "cientificamente comprovada" a "superioridade" britânica em relação ao mais comum dos mortais, digo eu...

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