terça-feira, 24 de julho de 2012

melanie oliveira ~ tem esclerose múltipla e transportou a tocha olímpica

Melanie Oliveira, que sofre de esclerose múltipla, levou no pensamento todos os doentes crónicos portugueses que lutam por uma vida normal quando transportou a tocha olímpica pelas ruas de Londres.

A ideia foi de Manuela Valério, directora de recursos humanos regional da British Airways, que admira a atitude da colega perante os sintomas da doença, que incluem fadiga, dores e problemas de coordenação e equilíbrio; a nomeação acabou por ser feita pelos colegas de trabalho.
A gestora de clientes, de 38 anos, continua a trabalhar a um ritmo intensivo, incluindo muitas vezes horas extraordinárias e fins-de-semana.
“Com a doença que tem, continua a ser uma pessoa extraordinária, porque durante o dia-a-dia não demonstra. É uma pessoa muito activa, com um grande sentido de humor”, afirmou Manuela Valério à Lusa.

A portuguesa foi escolhida entre 470 empregados que se candidataram a nível internacional e juntou-se aos muitos portadores da tocha a quem os organizadores chamaram “pessoas normais extraordinárias” por feitos pessoais ou em prol de causas.

Melanie declarou-se “eufórica” com a experiência, mas não esqueceu os muitos amigos e pessoas com quem se cruza em hospitais e associações de apoio a doentes crónicos.
“Eu estou contente porque não estou cá só por mim. Estou cá porque tenho uma doença crónica e por isso estou a representar todos aqueles doentes crónicos que vivem uma vida diariamente diferente das pessoas que não têm nenhuma doença. Estou contente por estar a representar essas pessoas”, afirmou.

Após saber que tinha sido escolhida para transportar a tocha dos Jogos Olímpicos Londres-2012, Melanie colocou uma mensagem no facebook e recebeu emails de apoio de quase uma centena de pessoas – a primeira das quais o amigo Tomás, que sofre de doença renal.
Os nomes foram impressos e a lista viajou no bolso de Melanie como forma de solidariedade com outros doentes crónicos que enfrentam dificuldades no quotidiano.

melanie faz um mimo ao filho
No caso de Melanie, a doença revela-se diariamente no cansaço, falta de equilíbrio e dormência no corpo, tendo sofrido recentemente um surto que lhe afectou a visão.
“A doença pode manifestar-se de formas diferentes. O que é triste é que, quando as pessoas olham para nós, acham que somos pessoas perfeitamente normais”, lamentou.
“Eu vou no metro, posso ir com uma falta de equilíbrio brutal, e ninguém me dá o lugar para eu me sentar”, exemplificou.

Também o pai, Eduardo Oliveira e Silva, director do i, que integrou uma “claque” de familiares e amigos que correram com Melanie o trajecto de cerca de 300 metros, destacou o “exemplo de coragem e de força. Mas não é a única, há muitos exemplos”, garantiu.


Durante a manhã do 66.º dia da viagem pelo Reino Unido iniciada a 18 de maio, a chama olímpica também foi transportada pelo português Jorge Gonçalves, presidente da Associação de Imagem e Som Europeia, na zona de Bromley.

Ao todo, a tocha olímpica será transportada por oito mil pessoas ao longo de oito mil milhas (12.874 quilómetros) até à chegada a 27 de julho ao Estádio Olímpico, durante a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos. 


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