quinta-feira, 5 de julho de 2012

5 para a meia noite ~ com o verbo acasalar convite a um casal homossexual

Pedro Fernandes joga, na semana do verbo acasalar, uma cartada bem diferente e arrojada. A promessa é a de muito frisson com o convite que fez a um casal gay muito especial constituído pelo modelo Luís Borges e pelo hair stylist Eduardo Beauté

Uma noite apropriada para se desfazerem preconceitos e perfeita para a diversão. 
«O casal da moda, quinta-feira, no 5 para a meia-noite: Luís Borges e Eduardo Beauté!», escreveu Pedro Fernandes no seu mural do Facebook, partilhando uma imagem de promoção do programa com a foto dos dois convidados. 

Borges e Beauté foram as primeiras figuras públicas portuguesas a protagonizar um casamento homossexual em maio de 2011, num evento que teve larga cobertura na imprensa. 

Uns meses após o casamento, os dois acolheram em sua casa o menino Bernardo, um bebé com trissomia 21, cuja custódia é partilhada com a mãe biológica da criança, que não tem condições financeiras para o apoio necessário ao filho. Luís Borges, que fez no passado sábado uma mudança radical de look, surgindo agora com os cabelos bem curtos e muito loiros, é um adepto entusiasta do Facebook, onde partilha frequentemente fotos suas e de Bernardo e dos momentos partilhados em família.


Há um ano atrás Luís e Eduardo esclareceram o papel do menino nas suas vidas:
«A criança, de nome de registo Hélder Lisandro e, que desde que ficou a intenção de ficar ao nosso cuidado decidimos chamar de Bernardo, por ser um nome com que mais nos identificávamos, algo que fizemos com o acordo da sua família, tem efectivamente 15 meses de idade, apresenta sintomas de Trissomia 21 e tem família natural identificada e com quem nos relacionamos. 

Por dificuldades de índole socioeconómica da mãe, a criança foi por esta entregue aos cuidados de uma tia-avó que dela passou a cuidar quase exclusivamente. A dita tia-avó do Hélder (...) depois de ter acompanhado as nossas vidas através de entrevistas e notícias (...) apresentou-se no nosso espaço de trabalho, acompanhada da criança e com o pretexto de podermos ser as pessoas ideais para assegurar a educação e futuro do menino. Situação que de início nos assustou, mas que depois de muitas e insistentes conversas acabámos por nos entusiasmar e concretamente nos pareceu exequível ao presenciarmos conversas telefónicas entre a dita tia-avó e a mãe do menino onde existia e era notório o consenso e consentimento dessa, neste assunto delicado, porque esteve sempre em causa e em primeiro lugar o interesse do Hélder. 

Cumpre esclarecer que foi sempre nossa intenção providenciar as melhores condições ao adequado desenvolvimento e educação do menino, o que nesta fase da vida dele se prende essencialmente com a garantia de suprimento das suas necessidades básicas e específicas dado a sua reconhecida situação somática, não estando subjacente a esta postura qualquer intenção de cariz adoptivo do Hélder. 
Neste enquadramento o Hélder foi-nos literalmente entregue pela dita tia-avó por um lado porque confiava absolutamente em nós e por outro porque assumia que não possuía as condições de disponibilidade para tarefa tão delicada. 

No desenvolvimento deste relacionamento o menino foi-nos algumas vezes entregue aos nossos cuidados, algumas com eco na comunicação social. Este relacionamento desenvolveu em nós uma especial afeição, amor e carinho paternal pelo Hélder, que passou a fazer parte essencial das nossas vidas e que, para nossa superior satisfação, era correspondido nas reacções naturais de afecto próprias de uma criança que se apresentava carente de afecto filial. 

Por quezílias entre a tia-avó e outros familiares do Hélder, a que eramos completamente alheios, inesperada e abruptamente, conforme nos foi entregue foi-nos retirado, sendo-nos imposto para acalmar a família e o ambiente onde esta se movimenta, a constituição do laço de padrinhos baptismais como forma de criar um vínculo bastante para justificar a sua permanência junto a nós e, antecedendo a criação de um laço mais forte e formal relativamente ao Hélder. 

Todo o desenvolvimento desta situação culminou no estabelecimento de laços profundos de amor paternal entre nós e o Hélder que nos obrigam a não deixar cair este assunto e, ao invés, porque o menino o merece e estamos convictamente empenhados em o proteger, criar e educar com todos os nossos meios e vontade, defender a nossa posição nos meios próprios ao nosso alcance e até onde o afecto que já nutrimos pelo menino, que o merece e espera ter, nos der força para lutar, esperando que todos os intervenientes comunguem deste nosso são espírito fraternal e que tem como único objectivo a efectiva felicidade do Hélder. 
Por ser verdade assim o declaramos e subscrevemos: Eduardo Beauté e Luís Borges»

Em maio passado o casal festejou o segundo aniversário do Bernando, em família. O cabeleireiro e o manequim assinalaram a data com uma festa, na qual não faltou o bolo e uma prenda especial. “Este é o Dior, o novo membro da família e o presente do Bernardo. Vão ser decerto os melhores amigos”, podia ler-se no mural do Facebook do modelo, na foto que mostrava o menino com um cachorrinho! 

Ao longo do dia, foram várias as manifestações de afeto acompanhadas de fotos que Luís colocou na rede social. “Este é o teu primeiro aniversário connosco. As nossas vidas ficaram muito mais ricas! Amamos-te muito! Parabéns pelos teus 2 aninhos.” As mensagens de felicitações foram mais do que muitas. “Ainda não consegui ver as mensagens todas!”, referiu Eduardo.

Hoje em dia o casal não esconde que pretende adoptar Bernardo, objectivo que anseiam enquanto desempenham, apenas, o papel de padrinhos do menino.

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