mark van bommel, capitão da selecção holandesa |
O capitão da selecção de futebol da Holanda fez um alerta nesta
sexta-feira afirmando que não irá mais tolerar qualquer manifestação
racista contra a sua equipa. Em entrevista ao “Telegraph”,
Mark van Bommel contou que jogadores negros da sua equipa foram alvo de apoiantes que imitavam “macacos” durante um treino no estádio do Wisla
Krakow, na Polônia, para o Euro 2012.
Segundo o capitão, cerca de 500 pessoas participaram do acto no
treino da última quarta-feira. Para piorar a situação, o incidente
aconteceu horas depois da seleção da Holanda visitar o campo de
concentração de Auschwitz, um dos mais famosos centros de execução
nazista, onde milhares de pessoas morreram na Segunda Guerra Mundial.
"É realmente trágico, especialmente logo depois de voltamos da visita a
Auschwitz sermos confrontados com isso. Nós vamos levar essa questão à Uefa e se isso se repetir durante os jogos, vamos falar com o
árbitro e pedir para deixar o campo" — alertou Bommel.
A União das
Federações Europeias de Futebol (Uefa) disse que não chegou a receber
uma queixa formal da seleção da Holanda, mas foi informada sobre o caso e
vai tomar medidas para proteger os jogadores. O organismo europeu de futebol revelou estar consciente que existiram
"alguns actos isolados com cânticos racistas" e advertiu que tomará
medidas para proteger os jogadores e ter uma política de tolerância zero
em relação ao racismo.
Alguns jornalistas da Holanda, presentes no polémico treino,
afirmaram não terem ouvido as provocações. Quando questionado sobre o
assunto, Bommel foi enfático.
"Vocês precisam de abrir os
ouvidos. E se vocês ouviram e fingiram que não queriam ouvir, isso é
pior ainda" — afirmou o capitão.
O Presidente da UEFA, Michel Platini, disse
que os árbitros do Euro vão interromper os jogos em que jogadores
sofrerem ofensas raciais do público. Os jogos podem até mesmo ser
suspensos se os incidentes continuarem após a interrupção.
A preocupação com o racismo no Euro 2012 aumentou após um programa de televisão britânico mostrar casos de discriminação em jogos de clubes nos campeonatos nacionais na Polônia e Ucrânia, sedes da competição.
A preocupação com o racismo no Euro 2012 aumentou após um programa de televisão britânico mostrar casos de discriminação em jogos de clubes nos campeonatos nacionais na Polônia e Ucrânia, sedes da competição.
Balotelli caminha por Auschwitz que a selecção italiana visitou |
Entretanto, Platini disse que o atacante italiano Mario Balotelli será advertido com um cartão amarelo se cumprir sua ameaça de deixar o relvado em protesto contra ofensas raciais.
a selecção italiana no campo de concentração polaco |
O
jogador italiano, filho de pais ganeses e criado por pais adotivos em
Brescia, decidiu participar no Euro 2012 com o nome “Barwuah Balotelli” em
alusão ao seu sobrenome de baptismo, Barwuah, e em protesto contra o
racismo.
Na última semana, Balotelli avisou que deixaria o relvado se fosse ofendido com cânticos racistas e foi ainda mais longe -
"Se alguém me atirar uma banana na rua ou no campo, eu serei preso,
porque irei matá-lo" – disse em entrevista ao jornal britânico “The
Guardian”.
Episódios de racismo ainda mancham o futebol em algumas
ocasiões. O próprio Balotelli já foi vítima de um incidente em 2009,
quando a claque do Roma atirou bananas na sua direção.
Acusações de racismo não são novas
entre os fãs de clubes da Polónia. Apoiantes da equipa Wisla Krakow e de
outro clube local, o Cracovia, já foram indiciados por outros episódios
de abuso.
apoiantes do karpaty lviv exibem bandeira nazi durante um jogo de futebol na ucránia |
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