sábado, 9 de junho de 2012

euro 2012 e o racismo

mark van bommel, capitão da selecção holandesa
O capitão da selecção de futebol da Holanda fez um alerta nesta sexta-feira afirmando que não irá mais tolerar qualquer manifestação racista contra a sua equipa. Em entrevista ao “Telegraph”, Mark van Bommel contou que jogadores negros da sua equipa foram alvo de apoiantes que imitavam “macacos” durante um treino no estádio do Wisla Krakow, na Polônia, para o Euro 2012.
Segundo o capitão, cerca de 500 pessoas participaram do acto no treino da última quarta-feira. Para piorar a situação, o incidente aconteceu horas depois da seleção da Holanda visitar o campo de concentração de Auschwitz, um dos mais famosos centros de execução nazista, onde milhares de pessoas morreram na Segunda Guerra Mundial.

"É realmente trágico, especialmente logo depois de voltamos da visita a Auschwitz sermos confrontados com isso. Nós vamos levar essa questão à  Uefa e se isso se repetir durante os jogos, vamos falar com o árbitro e pedir para deixar o campo" — alertou Bommel.

A União das Federações Europeias de Futebol (Uefa) disse que não chegou a receber uma queixa formal da seleção da Holanda, mas foi informada sobre o caso e vai tomar medidas para proteger os jogadores.  O organismo europeu de futebol revelou estar consciente que existiram "alguns actos isolados com cânticos racistas" e advertiu que tomará medidas para proteger os jogadores e ter uma política de tolerância zero em relação ao racismo.

Alguns jornalistas da Holanda, presentes no polémico treino, afirmaram não terem ouvido as provocações. Quando questionado sobre o assunto, Bommel foi enfático.
"Vocês precisam de abrir os ouvidos. E se vocês ouviram e fingiram que não queriam ouvir, isso é pior ainda" — afirmou o capitão.

O Presidente da UEFA, Michel Platini, disse que os árbitros do Euro vão interromper os jogos em que jogadores sofrerem ofensas raciais do público. Os jogos podem até mesmo ser suspensos se os incidentes continuarem após a interrupção.

A preocupação com o racismo no Euro 2012 aumentou após um programa de televisão britânico mostrar casos de discriminação em jogos de clubes nos campeonatos nacionais na Polônia e Ucrânia, sedes da competição.

Balotelli caminha por Auschwitz que a selecção italiana visitou



Entretanto, Platini disse que o atacante italiano Mario Balotelli será advertido com um cartão amarelo se cumprir sua ameaça de deixar o relvado em protesto contra ofensas raciais.
a selecção italiana no campo de concentração polaco
O jogador italiano, filho de pais ganeses e criado por pais adotivos em Brescia, decidiu participar no Euro 2012 com o nome “Barwuah Balotelli” em alusão ao seu sobrenome de baptismo, Barwuah, e em protesto contra o racismo. 

Na última semana, Balotelli avisou que deixaria o relvado  se fosse ofendido com cânticos racistas e foi ainda mais longe - "Se alguém me atirar uma banana na rua ou no campo, eu serei preso, porque irei matá-lo" – disse em entrevista ao jornal britânico “The Guardian”.

Episódios de racismo ainda mancham o futebol em algumas ocasiões. O próprio Balotelli já foi vítima de um incidente em 2009, quando a claque do Roma atirou bananas na sua direção.






 Acusações de racismo não são novas entre os fãs de clubes da Polónia. Apoiantes da equipa Wisla Krakow e de outro clube local, o Cracovia, já foram indiciados por outros episódios de abuso.
apoiantes do karpaty lviv exibem bandeira nazi durante um jogo de futebol na ucránia

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